quarta-feira, 19 de maio de 2010

CASTELO MENDO NA HISTÓRIA

ALMA ATÉ ALMEIDA

Como se sabe, Napoleão era um grande cabo de guerra. Mas Deus nos livre destes indivíduos, que desgraçam a humanidade! Foram três as invasões que impôs aos portugueses e uma delas assolou a região da Guarda. Quem entrar na Sé poderá ainda ver vestígios do vandalismo dos franceses com o seu slogan 'Liberdade, Igualdade, Fraternidade'. O entusiasmo dos portugueses que tinha subido bem alto com essa doutrina da revolução francesa, arrefeceu quando lhe começaram a queimar as barbas (e do vizinho também!...); pegaram logo em armas contra esses pregadores do Demo. Afinal, a tal liberdade era um meio de escravizar os outros. Aboliram a monarquia mas fundaram um império que se estendia por toda a Europa. O Nepotismo napoleónico a substituir os reis europeus pela família e pelos amigos... Se não fora o 'general inverno' na Rússia talvez levasse a dele avante e a colonização da Europa se tornasse um segundo império romano, desta vez com a capital em Paris e a 'pax francesa' a substituir a 'pax romana'. Há quem diga que o sol napoleónico começou a esmorecer com a invasão de Portugal, à custa de muito sangue e de muitas lágrimas, claro. Lá foi parar a Santa Helena, essa ilha do Atlântico, onde passou a imperador só em imaginação, pois que se tornou prisioneiro dos ingleses e onde morreu, portanto com um império desfeito.
A história diz que entraram por Almeida, então a capital militar da região centro pois que tinha uma fortificação modelar. Só abalroada devido à traição de alguém que pegou fogo ao paiol da pólvora e abriu um brecha na muralha, já que, como dizia Camões, também dos Portugueses traidores houve algumas vezes:

"Ó tu, Sertório, ó nobre Coriolano,
Catilina, e vós outros dos antigos,
Que contra vossas pátrias, com profano
Coração, vos fizestes inimigos,
Se lá no reino escuro de Sumano
Receberdes gravíssimos castigos,
DIZEI-LHE QUE TAMBÉM DOS PORTUGUESES
ALGUNS TRAIDORES HOUVE ALGUMAS VEZES."

Pois bem, contavam os antigos, já que a história lhe chegou por tradição oral, que quando as tropas de Massena que em 1810 passaram por Castelo Mendo, levavam consigo um tenente, sobrinho do general, que foi ferido naquelas paragens. E ficou desesperado. O ordenança amparou-o e ia-o animando pelo caminho dizendo "alma até Almeida meu tenente". A ideia que o soldado queria comunicar ao seu patrão era de que em Almeida seria tratado dos ferimentos porque aí se encontrava um hospital militar.
Daí a origem da expressão, com sentido metafórico, já se vê, de quem quer incutir ânimo em alguém que o não tem e precisa dele:
"ALMA ATÉ ALMEIDA"
JP